Em face das odiosas e infelizes declarações proferidas pelo Advogado e Professor Celso Antônio Bandeira de Mello, no dia 8 de maio de 2015, durante julgamento simulado realizado nas dependências da Universidade Federal do Paraná, sobre os episódios ocorridos no dia 29 de abril de 2015, no Centro Cívico, especificamente acerca das Polícias Militares e seus integrantes, a Associação dos Oficiais Policiais e Bombeiros Militares do Estado do Paraná – ASSOFEPAR vem expor seu mais veemente repúdio e externar a indignação que tomou conta dos Militares Estaduais brasileiros.
De maneira infame, a manifestação do jurista transbordou conteúdo inapropriado, inadequado, discriminatório e preconceituoso, ofendendo aos Militares Estaduais, assim como também aos negros e aos pobres de todo o país. Em essência, ofendeu os cidadãos de bem.
Figura pública, letrado e, especialmente, professor, deveria usar seu conhecimento para pregar a democracia, a igualdade e a justiça. Senão, deveria calar-se e recolher-se à soberba típica dos que vivem ao largo das mazelas que afligem a grande maioria dos cidadãos deste país!
De família abastada, criado sem tormentos financeiros ou carestias, advogado de políticos famosos ou famigerados, compreende-se a alienação em relação à realidade diária dos pobres e negros deste nosso Brasil. Mas intelectualmente bem preparado, indesculpável a falta de zelo com o discurso, gracejando sobre tema tão sério!
Frequentemente vemos advogados que se envolvem em fraudes contra idosos, posam alegres para fotos ao lado de traficantes facínoras, servem de mensageiros do mal entre facções criminosas e reclusos do sistema penal, participam de “mensalões” ou “petrolões”, entre tantos outros malfeitos. Porém isso não concede a ninguém procuração para colocar em um mesmo balaio o bandido com carteira da Ordem e a grande massa de juristas compromissados com o bem e o direito.
Desta forma, devemos repudiar qualquer generalização hipócrita e preconceituosa, principalmente vinda de alguém que deveria estar ao lado da sagrada justiça, transmitindo o bem e o justo aos seus atentos ouvintes em formação acadêmica.
Assim, douto professor, saiba que mesmo diante de tantas desigualdades e dificuldades, a maioria dos policiais brasileiros ostenta orgulhosa seu diploma de curso superior, combate o crime e defende o cidadão, muitas vezes com seu próprio sangue, sem diferenciar se rico ou pobre, branco ou negro, analfabeto ou acadêmico, policial ou advogado.
Por fim, esperamos, Dr. Bandeira de Mello, que refletindo sobre a impertinente piada de péssimo gosto, o senhor venha a público retratar-se, pois graças a cada policial militar ou civil, estadual ou federal, deste Brasil, há ainda um pouco de luz onde insistem em tomar conta o caos e a injustiça social.
Conselho de Administração Provisório da ASSOFEPAR.